03 nov Filmes que voam lança curta ‘No seu lugar’ em Versão Libras e com audiodescrição
Laura (Lara Batista), uma menina de 9 anos, se depara com uma situação nova ao descobrir que seu avô, Nico, (Umberto Magnani) perde a visão. Para manter a proximidade com o avô, ela busca compreender o problema pela perspectiva dele, colocando-se no seu lugar.
O filme, dirigido por Mariana Polo, aborda de maneira sensível um problema que atinge milhões de brasileiros e, em muitos casos, assim como é retratado no filme a família busca auxílio médico, mas esquece de entender o papel da família como apoio ao deficiente.
Mariana, explica que durante a produção do filme buscou-se entender junto a especialistas do Instituto Braile de São Carlos (SP), como a família é importante. “A família deve entender o universo do deficiente para poder ajudá-lo”, comenta. Ela destaca ser importante a participação em momentos com o ir a aula e ao psicólogo. “E ao mesmo tempo é preciso saber dar uma certa autonomia para o cego, pra que ele possa desenvolver os outros sentidos e sentir-se capaz de fazer suas atividades sozinho. Por isso admiro muito o trabalho de quem dá suporte as famílias, porque a cegueira é uma grande adaptação para todos”, complementa ela.
Além disso, ela comenta ser preciso um trabalho de sensibilidade na sociedade como um todo. “Existem coisas, como por exemplo, saber como abordar um cego para ajudá-lo, como dar passagem para ele na rua, tudo isso são informações que muitas vezes não são óbvias, mas que a sociedade deveria ter mais conhecimento”, completa ela.
Para Mariana, a produção do filme foi importante não apenas do ponto de vista acadêmico e técnico, mas social. “Acho que é isso que pessoalmente me atrai no cinema, quando você conta uma história você precisa entrar no universo do personagem, é na verdade uma prática de estar ‘no lugar do outro’ a todo o momento!”, salienta.
Outro ponto importante na produção foi a preocupação com o som. Para algumas cenas foi criado um sistema de captação binaural. Com um molde de cabeça com dois microfones, que captava o som como os ouvidos humanos. Mariana explica que este sistema se tornou necessário, pois para um cego o tato e a audição são muito mais importantes do que para uma pessoa comum.
Ela aponta que depois do aprendizado com o filme, a audiodescrição passou a ser imprescindível. “Quando eu percebi que para os cegos era algo mágico e emocionante poder voltar a assistir um filme com autonomia, minha vontade de contar nossa história para esse público só aumentou. E na verdade eu não quero fazer mais nenhum filme sem audiodescrição!”, finaliza ela.
O Curta ‘No seu lugar’ está disponível gratuitamente nas versões original, com legendas em Libras e com audiodescrição no site ou no canal do youtube da Filmes que Voam.
Versão libras: http://bit.ly/1MEhRYl
Versão audiodescrição: http://bit.ly/1Pj02wV
Versão original: http://bit.ly/1Hoodn2